Não me submeto
Não me submeto...
A viver em pequenos universos privados,
que alimentam carências
e impedem que eu descubra
que a maior força e o maior beneficio
está em minhas proprias potencialidades,
em minhas virtudes e qualidades.
O individualismo
cega até o mais inteligente dos mortais
e eu...
não aceito restrições!
Não viverei tateando com dedos frágeis
minhas próprias ilusões.
Ganharei a amplidão do espaço
onde a cada tropeço,
como uma fênix me refaço.
O cárcere da mente
é mesmo a pior das prisões.
E que me venha Kali!
Se preciso cortarei
com sua espada muitas cabeças,
em nome de uma existência verdadeira.
Eu não faço arte para o meu ego,
eu olho nos olhos do mundo.
Não mergulho nos submundos escuros
e meus ouvidos não captam
murmúrios desvalidos
que moram em corações vencidos.
Que os meus braços sejam grandes o suficiente
pra abraçar o mundo inteiro
e os meus seios,
saciem a fome de milhares de desejos.
Nenhuma mulher deveria
se constranger por suas qualidades,
ou pelo poder que o seu sexo tem...
Nem deveria aceitar restolhos,
migalhas de bem querer de ninguém.
Prefiro sair e andar nua pelo mundo
a vestir-me com trapos imundos
adquiridos sob o peso do desdém.
Os falsos moralistas nunca
são bons o bastante,
só servem para ostentar conceitos
expostos como troféus numa estante
e eu, não compactuo com a mentira...
Que só convence quem a dita.
Ninguém pode viver em flashs
aquilo que está condicionado
a um sentimento intenso.
Eu não me submeto!
À antropofagia mental e sentimental
que certos civilizados praticam.
Prefiro comer com os índios,
prefiro comer como os índios,
a viver a hipocrisia civilizada dos brancos.
Enviado por Carmem L Marcos em 09/09/2006