Buscando o sentido de ser mulher
Fico horrorizada ao constatar a geração de mulheres que está se formando atualmente. Também não entendo sobre quais bases está sendo assentado esse novo perfil feminino.
É realmente assustador ver meninas de treze, quatorze anos, ingerindo bebida alcoólica e em quantidade até maior que os garotos. Chegar em casa bêbada, que não há muito tempo atrás era algo inadmissível, hoje se tornou coisa corriqueira. A frontalidade no comportamento das meninas talvez esteja intimidando mais os pais do que aquela que se observa no processo de desafio de autoridade dos meninos. É bem possível que isso se deva ao fato de já esperarmos este comportamento nos meninos, mas com relação às meninas estarmos andando às cegas.
O que fica claro é que estamos observando despontarem mulheres precoces que vivem um conjunto de desastrosas experiências que poderiam ter sido evitadas.
Quero deixar claro que me horrorizo na mesma proporção com a maneira que muita gente educou até bem pouco tempo e educa ainda hoje seus filhos homens. Esperar que pessoas que mal saíram da infância dêem provas de masculinidade, de virilidade é algo no mínimo agressivo e castrador. Não é difícil imaginar porque alguns meninos crescem desvalorizando tanto o sexo oposto, uma vez que seus maiores exemplos, os pais, não colaboram em nada para que se tornem homens liberais e dotados de senso de justiça no campo afetivo.
Mas e as meninas? O que vem acontecendo com as meninas e por que?
A única coisa que me ocorre é que possivelmente as novas gerações tenham perdido o sentido de ser mulher, ou talvez nem tenham chegado a alcança-lo. E assim como a responsabilidade que cabe aos pais pela imagem que os meninos constroem acerca das mulheres, as mães carregam toda a responsabilidade pela imagem que uma menina forma acerca dos homens e do sentindo de ser uma mulher.
Não desejo de maneira nenhuma criticar minhas companheiras de gênero. Talvez nós mesmas estejamos um tanto perdidas nesse mundo maluco em que tudo acontece muito rápido. Talvez nós mesmas estejamos um pouco confusas quanto ao nosso papel como indivíduos e diante da sociedade.
Nunca fui uma pessoa muito afeita a extremismos. Esse negócio de feminismo radical e de queimar sutiãs em praça pública é para mulheres que ainda não conheceram os efeitos da lei da gravidade.
Tirando toda essa loucura dos tempos modernos qual é o verdadeiro sentindo de ser uma mulher? Nossas meninas precisam urgentemente que desvendemos esse grande e maravilhoso mistério para que possamos ensina-las o quanto antes.
Até lá, elas estão por aí querendo se equiparar aos meninos, beber mais que os meninos, brigar mais que os meninos, tomar as coisas à força como os meninos. Os pobres meninos de quem a cruel sociedade cobra uma “machice” ridícula.
Certa vez uma menina me afirmou numa conversa que se sentia isolada e de certa forma hostilizada por suas colegas de classe as quais não aceitavam o fato dela fazer o tipo “toda certinha” e gostar de se vestir mais feminina, de usar maquiagem suave e unhas esmaltadas mesmo na escola. As outras meninas a isolaram completamente, fazendo-a sentir-se um “patinho feio”.
Ela queria saber se eu considerava errado ela desejar ser assim, se talvez devesse mudar de comportamento.
Vejam que loucura esse mundo de hoje. Uma menina constrangida por parecer feminina demais, por estar demonstrando que deseja ser mulher.
Certamente eu seria a ultima pessoa a recomendar que ela suplantasse sua natureza para satisfazer a expectativa de um grupo de pessoas.
- Você tem medo da solidão? Necessita tanto assim da aprovação dessas pessoas? – perguntei a ela.
Bem, para terminar este artigo, digo a vocês amigas leitoras o mesmo que disse a ela:
“Se você é corajosa o suficiente, jamais permita que alguém te dobre, que tente te transformar no que você não é, sejam essas pessoas homens, ou mulheres como você”.