É tempo de ensinar
Oh árdua tarefa de educar!
A educação é amadurecimento. Amadurece tanto o educando quanto aquele que ensina. Mas a parte fundamental de todo aprendizado é aquela onde o pupilo toma consciência da necessidade de aprender e se torna receptivo ao mestre. Este aprendizado é perene e marcante. Um bom mestre não sai colocando anúncio e implorando para ensinar.
Embora a adolescência seja uma fase que considero realmente muito chata, e o rótulo de chatos estendo aos adolescentes com louvor, ela também tem uma impulsividade característica que pode ser positiva ao aprendizado quando bem dirigida.
Mas prestem atenção! Impulsividade e insensatez só têm justificativa na adolescência. Essas características no adulto perdem o status de “chatinho(a)” para ganhar o de “estúpido(a)”.
Ensina bem aquele que ensina de forma direta e apenas uma vez. Se o pupilo fica perguntando sem parar a mesma coisa, ou tem o hábito de fazer pergunta idiota, é melhor responder com o silêncio. Mesmo porque, nem as crianças bem pequenas hoje em dia ainda são tolas. Mais um pouco e vão nascer já falando.
A formação de um sólido caráter é resultado de um ensino meticuloso e atento a cada detalhe. Não existe ensino de qualidade quando se apressa ou se dispensa parte do processo.
É necessária muita disciplina para estabelecer as bases de uma boa educação. Enquanto um jovem não tiver adquirido a exata noção de seriedade, não estará preparado para a vida. Não estou aqui apregoando uma disciplina massacrante, mas o seguinte ditado é bem apropriado: “Aquele que brinca com a vida nada realizará”.
O mundo real não é um jogo de playstation, portanto, trate de tirar o mais rápido possível seu pupilo do “Fantástico Mundo de Bob”, pois vivendo de sonho vai fatalmente acabar fazendo papel de bobo uma hora ou outra. Agora, se o “bichim” não atinar e insistir em viajar na maionese, deixe-o passar uma vergonhinha, assim cai logo da nuvem em que habita.
Atente aos sinais de despersonalização do adolescente. Não se orgulhe se ele ficar tentando ser você em miniatura e principalmente se demonstrar comportamento extremamente servil. Ajude-o rapidamente a descobrir a si mesmo, suas próprias qualidades e principalmente, a própria personalidade, pois cada indivíduo deve ter a sua.
O bom mestre é aquele que não se iguala ao seu pupilo. Isso me lembra muito aquelas mães que querem ser as melhores amigas e confidentes de seus filhos. Cuidado meninas! Ao invés de oferecer abertura para uma relação positiva vocês podem estar se infantilizando, demonstrando pouca maturidade e preparo emocional e o que é pior, se desautorizando. Conclusão: você nunca vai exercer influência sobre seus filhos quando realmente precisar. E pior, corre o risco de parecer uma adolescente na pele de uma quarentona, o que eu acredito ser o maior mico.
Temos ainda a questão da punição. Esta daria tema para um artigo inteiro afinal: “Punir ou não punir? Eis a questão!”. Ah que me perdoem os adeptos da conversa, mas isso funciona para algumas crianças, já com outras não. Logicamente a punição é algo que deve ser aplicado de forma impecável, senão avacalha. Que tipo de crédito se pode dar, por exemplo, a uma louca histérica de posse de uma tamanca de madeira? O que é certo é que diante de alguns desvios de conduta do adolescente, a punição é indispensável.
Acredito enfim que para aqueles a quem está reservada a árdua tarefa de educar os filhos alheios, é necessária uma grande força espiritual, pois de tudo o que se enfrenta nessa missão, creio que o mais complexo seja lidar com a diversidade resultante das bases educacionais que os pupilos trazem de suas famílias. Assim sendo, boa sorte camaradas!
Carmem L Marcos
Enviado por Carmem L Marcos em 24/11/2007